Uma Explicação para o Medo do Casamanto nos dias de hoje...

"A felicidade passou a depender de uma espécie de emotivismo permanente, desligado de regras e compromissos duradouros"
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Hoje em dia, os ideais de realização pessoal que cada um vorazmente persegue secundarizaram o casamento. O casamento é um estado acessório que todos retardamos. As pessoas continuam a casar-se numa ou noutra altura da vida, mostrando que a normatividade social do casamento se mantém. O que foi desaparecendo foi a ideia do casamento como uma âncora individual, a estrutura estável onde as paixões e os impulsos de cada um se domesticam. A felicidade passou a depender de uma espécie de emotivismo permanente, desligado de regras e compromissos duradouros.
No princípio do século XX o casamento era a via natural para a felicidade. Acreditava-se no casamento. Casar, ter filhos, criar uma família, eram as virtudes máximas a que um ser humano podia aspirar.
Kafka por exemplo pensava no casamento como a solução para a sua "inabilidade em levar a vida sozinho", para satisfazer "as exigências da sua própria pessoa". As sua próprias irmãs comentavam que todas as pessoas felizes que elas conheciam eram casadas. Mas ao mesmo tempo, a ambivalência de Kafka sobre as suas próprias aptidões impedia-o de abraçar o casamento. Chegou a comparar o noivado entre duas pessoas a um casal condenado a decair em conjunto durante a fase do Terror da Revolução Francesa. Passaram muitas mulheres pela vida de Kafka, mas todas lhe provocaram o mesmo medo do casamento, o medo do sexo, o medo das pequenas coisas, o medo da normalidade, o medo da falta de vocação, o medo de não estar à altura da comunhão de responsabilidades, o medo de parar de escrever.
Numa altura em que por causa do casamento entre homossexuais assistimos aos mais variados debates sobre a função actual do casamento, talvez possamos perceber melhor o que é e em que consiste o casamento, não pelo que dizem os seus defensores, mas pelas ideias daqueles que voluntariamente o recusam.
Eu suspeito de que atrás dos muitos motivos invocáveis para essa recusa - a preferência por uniões mais flexíveis, a substituição da comunhão institucional pelo amor - acabaremos por confirmar algo que a mentalidade da época não tolera ouvir: que o casamento é mesmo uma instituição e não apenas um contrato entre duas pessoas; e é como instituição que deve ser protegido e incentivado.
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Pedro Lomba - jurista
Texto adaptado
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Este texto não poderia melhor traduziar a minha e pessoalissima opinião sobre este acto que nos confere um outro estado civil na nossa Sociedade. Este texto contempla em poucas palavras uma imensidão de respostas á comum questão do porque hoje em dia a baixa natalidade e o decrescimo numero de casamentos. Por pessoalissimas razões este é um estado que já vivenciei e ao qual não direi nunca se assim o destino quiser, mas nunca foi este um sonho muito menos uma aspiração pessoal que nos meus mais profundos pensamentos sequer me levasse a supor que me traria maior normalidade, felicidade ou estabilidade... bem e assim é e continua a ser a minha pessoalissima Opinião.

1 comment:

Anonymous said...

Ui, grande tema de discussão :P

Perdoa-me se as ideias sairem ainda um pouco confusas... mas ainda estou a ressacar do exame...

O texto toca, de facto, em todos os pontos sensíveis. Vou apenas deixar aqui a minha humilde e sincera opinião. Eu acredito no casamento. Talvez não no casamento como elemento fundamental na vida de cada um, como caminho único para a felicidade, mas acredito na instituição como acto simbólico da vontade de duas pessoas em se comprometerem numa relação, "para sempre", se tal coisa ainda é possível (quero acreditar que sim).

Sim, sim, a ideia do "para sempre" pode ser muito lírica, platónica, mas sempre tive uma tendência natural para acreditar nela. No entanto, pelo que vejo à minha volta, pouca gente ou nenhuma mesmo, partilha dessa opinião, lol.

Não quero com isto dizer que com ou sem casamento se seja mais ou menos feliz. Apenas lhe atribuo um simbolismo que a mim, pessoalmente, me diz bastante.

Cada um dá-lhe a importância que quer dar e acho que depende muito de como as pessoas vêm os seus relacionamentos. Eu acredito no amor, acredito na partilha de uma vida, incondicionalmente. Acho que o casamento acaba por ser um passo natural na evolução duma relação amorosa com pés e cabeça.

Num mundo ideal, seria o momento em que duas pessoas assumem que querem ser felizes, juntas para sempre.

E sonhar não custa :P

Bjo *