O cansaço apoderou-se de mim. O descrédito e a desmotivação venceram. Desisto.
Não tenho mais força, nem sequer para pensar que consigo, quanto mais para pegar na foice e desbravar o mato que encobriu a minha vida.
Deixei-me levar pelo sonho da vitória mas só conquistei a minha tristeza.O monstro devorou-me desde aquele dia e a minha lápide de dourado se adornou.
Desisto de correr porque não existem metas na minha vida.Desisto de dizer, de buscar, de exercer o meu lado de mulher, tão infinitamente corajosa.Desisto de acreditar em verdades se á minha volta impera a desonestidade, a hipocrisia e a pura maldade, que vencem sempre.
Não posso buscar o nada, a razão incontida.Não quero, não consigo retornar à vida, mesmo com a Estrela mais brilhante ao meu lado...Não vejo nada só o poço profundo que com a sua escuridão me envolve num sonho infinito.
Os tempos em que me esforcei para ver tudo nas cores com que a vida enfeita os olhos, e pintar uma linda tela interior, acabaram.
Desisto de tentar porque não há condições sequer para sofrer mais e no escuro sinto paz.
Desisto do irrealizável, da procura... não existe.
Desisto da angustia e de anos de tortura que acordam comigo diariamente.
Desisto do nada que consegui até hoje.
Desisto de amar o vazio… Desisto de mim.