Dou-te as minhas palavras como te dou a nudez das minhas mãos
ainda jovens. Nelas encontrarás a matéria ruim da inquietação, o
secreto território onde se despem as noites, mas também os dias
claros pelo entusiasmo da luz, e o madrigal da liberdade que é o
coro dos pássaros, dos felizes, dos que mastigam alegria.
Dou-te as minhas palavras porque mais não tenho para dar-te.
E delas faço um hino ao que procuro, através da fala, através da
escrita, através do amor: a minha limitada perfeição.
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