O Prazer em Perspectiva: a Esperança

Já escrevi sobre Ela (esperança) num post anterior mas hoje escrevo em homenagem e em nome de duas pessoas de quem muito gosto.

E continuo a dizer que a maior distância é entre a razão e o coração.





"A esperança é filha do desejo, mas não é o desejo. Constitui uma aptidão mental, que nos faz crer na realização de um desejo. Podemos desejar uma coisa sem que a esperemos. Toda gente deseja a fortuna, muito poucos a esperam. Os sábios desejam descobrir a causa primitiva dos fenomenos; eles não têm nenhuma esperança de consegui-lo. O desejo aproxima-se algumas vezes da esperança, a ponto de confundir-se com ela. Na roleta, eu desejo e espero ganhar.
A esperança é uma forma de prazer em expectativa que, na sua actual fase de espera, constitui uma satisfação frequentemente maior do que o contentamento produzido pela sua realização. A razão é evidente. O prazer realizado limita-se em quantidade e em duração, ao passo que nada limita a grandeza do sonho criado pela esperança. A força e o encanto da esperança consistem em conter todas as possibilidades de prazer. Ela constitui uma espécie de vara mágica que transforma tudo. Os reformadores nunca fizeram mais do que substituir uma esperança por outra."

Gustave Le Bon, in "As Opiniões e as Crenças"
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BIBAM

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