p.m.p.

Serei a única a considerar que nos ultimos tempos se proliferam opiniões confusas entre a importante diferença entre individualismo e autoestima?

Muito se fala que a autoestima elevada é a solução para se alcançar o sucesso. Sucesso associado a finanças folgadas, fim de frustrações afetivas, ascensão, projeção profissional e familiar. 

Há uma demandada desenfreada de cursos, formações, palestras, workshops, seminários, coachings, que cultivam o slogan que para alcançar a tão desejada alta autoestima, devemos pensar única e exclusivamente em nós. Por sua vez estes mesmos pregadores são acérrimos opositores do ego. A coisa aqui já começa a criar antítese.

As fórmulas hoje vendidas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação invadiram as livrarias, as televisões, as ondas da rádio e são até sedutoras através da publicidade. Os que repudiam o ego mas são os seus mais altos defensores, camuflando-o de auto-etc, prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-etc.

Cada vez, e mais cedo, ambos os sexos, assexuados e afins, buscam a forma física perfeita, o carro melhor, o posto hierarquico mais elevado, as mamocas mais aliciantes, as peles mais esticadas, o culto do corpo na sua amplitude mas que seja de baixas calorias, não olhando a meios e nem a carteiras, na esperança de serem mais notados e assim “elevarem” a sua autoestima. 

Ora isto, cá para mim, é a combinação perfeita entre egocentrismo, hipocrisia e falta de bom senso, como fórmula de elevar a autoestima.

Enquanto esta confusão toda cria bola de neve, o consumo de antidepressivos, estimulantes, drogas, álcool, violência, stress, falta de cultura e outros sintomas claros de baixa autoestima aumentam.

Pra mim o motivo é porque a autoestima não é um sentimento nem uma atitude. É um processo do qual tanto os sentimentos como as atitudes fazem parte. É um processo ativo, contínuo e que se atualiza, através das nossas experiências individuais e coletivas.

Uma pessoa com uma autoestima positiva, tem consciência de si e do outro, possui ética e bom senso. Pensa em si como elemento útil à comunidade e não como o centro dela. 

Sabe que o sucesso é estar de bem consigo mesmo, e para isso não precisa ser a mais bonita, nem a mais inteligente, nem a mais produzida, nem a mais rica, nem a mais tudo e mais alguma coisa, só precisa saber quem é e acreditar em si.  Promovendo principalmente o seu crescimento e o dos que lhe merecem a mão.

Até podia ir à biblia e transcrever o amor ao próximo, mas até a biblia já “queimaram” para “queimar” a autoestima de alguém.

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