quando não tens nome para por na legenda

“Os sentimentos tornam-se maus quando, através deles, descobrimos que as pessoas com quem imaginávamos contar para lhes pormos legendas (e com elas encontrarmos entendimento para nós) se transformam em forças de bloqueio para o nosso coração. “

eduardo sá

“E não vale a pena iludirmo-nos acreditando que podemos fugir de pensar ou controlar os “fantasmas” daquele amor. Pelo contrário, mais cedo ou mais tarde, teremos de aprender que nunca se ama a olhar para trás. “

o escuro e a rotina

No escuro e na rotina aguenta-se

A rotina é o escuro da vida

Vai tudo engrenando sem pensar

Quem nada poe em causa nao precisa de escuro tem rotina

Quem queria outra vida refugia-se no escuro para pelo menos a rotina poder levar

Será tudo assim?


Às mães que (como eu) também fazem de pai

A ti que superas os medos, as angustias, o cansaço, a luta diária, não desistas: a recompensa pode não vir na mesma moeda mas vem da tua consciência, vem da nobreza de sozinha criares gente boa para este mundo.


É dificil sem ter com quem dividir, ter sempre que fazer escolhas por inteiro. Ter que trabalhar 24h, sem férias, nem feriados e sem salário. Porque quem vive tão junto todo o ano, não tem dia de folga no coração.


A ti que carregas a maior das responsabilidades, a mais elevada das missões: a de educar e criar, permite-te errar, dar dois berros e fechar a porta, uns minutos.


Tu não fugiste. Colocaste a felicidade dos teus filhos sempre em primeiro lugar. 


Tu que recebes pensões como se fosses aposentada e nem metade das despesas cobrem.


Tu mulher guerreira, corajosa, assumiste os dois grandes papeis do teatro da vida, o de mãe e pai. 


És quem ilumina e orienta. Quem dá colo, um sorriso e aquela palavra de conforto. O exemplo de vida e a autoridade que educa. Bem ou mal não hã lição para tal.


Tudo numa pessoa só, de tempos em tempos pesa. Vamos esquecendo que também a idade vai passando por nós, que aquele concerto é à semana então não dá para ir, que as despesas se multiplicam por mais. Que a mais nova não adormece sozinha e a cozinha continua por arrumar.


Sorrisos e lágrimas alternam no teu rosto porque o teu coração é maior que o universo e nele vive um amor infinito e incondicional pelos teus filhos, mas está consumido de preocupação constante. 


Tu, que és mãepai mereces também um dia, uma homenagem, um elogio.


®️Rita’19

Ainda não cheguei ao real ponto de conseguir traduzir por palavras o nó que me atormenta. O vazio que me preenche é enorme. 
Para que o plano se aguente precisamos no minimo de 3 apoios. Se o plano for a vida, quais são os apoios necessários? Familia, Profissão, Autoestima? Parecem ser os que reunem maior consenso. E quando não tens estes 3 apoios... vives? O plano é a estabilidade que te permite viver. Aumentando  os apoios a vida fica mais segura e ao mesmo tempo mais leve. 
É como na balança: se num prato colocar a realização pelo trabalho, uma familia funcional e um bom saldo financeiro mais facilmente equilibras o outro prato com autoestima, coragem e amor. 
Também podiamos usar a técnica de fazer bolos, os ingredientes na dosagem certa seriam os mesmos. 
O problema é o nó. Na garganta, no estomago, na alma, de quem sabe o que é ser feliz mas não consegue. A maioria das vezes por desamor, injustiça e indiferença.
O nó não desata e cada vez fica mais apertado  e para que alguma das técnicas funcione precisamos de no minimo conseguir respirar.

always about the #loveforever

“People should fall in love with their eyes closed.”


®️Andy Warhol

noção de educar

“Valiosa para mim é a noção de que o que importa não é educar, mas evitar que os seres humanos se deseduquem. Cada pessoa que nasce deve ser orientada para não desanimar com o mundo que encontra à volta" 

- Agostinho da Silva

The Way You Make Me Feel: Michael Jackson

“A arte é para ser apreciada, não para ser julgada em função das imperfeições dos seus autores: não é boa ou má em função das características dos artistas. Existem em planos separados embora sempre ligadas pela sua singularidade, que é dada pela presença da autoria. A arte vive do artista mas não tem de ser necessariamente uma literal interpretação biográfica. A vida está sempre lá, por definição. É uma mediação, uma verdade que é criada – é a isso que nos devemos ater. Se a música de Michael Jackson me irá soar ao mesmo caso sejam provadas as alegações de pedofilia? Não, nunca. De facto, já não soa, a audição foi maculada. Se as canções se tornaram piores? Impossível.”

Por 

Nuno Miguel Guedes

2011

"Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida." 
Clarice Lispector

Como se consegue ser indiferente a quem se ama?

“a indiferença é a resposta mais dura, mesmo quando esperamos pouco”.

Significado de Indiferença: Ausência de interesse; falta de consideração: indiferença pelos sentimentos alheios


Significado de Amar: Sentimento de afeto que faz com que uma pessoa queira estar com outra, protegendo, cuidando e conservando sua companhia.


É muito incoerente alguém possuir estes dois sentimentos ao mesmo tempo.

Dizem que sim. Eu não acredito.

Sou poeta de mão certa

Sou poeta de mão certa
Leva embora essa história
Não tá vendo tô sofrendo
Não há mais solidão

Sou poeta de mão certa
Leva embora essa cinza 
Que me assola me enfraquece
Não há mais solidão

Sou poeta de mão certa
Levo o sonho na aligeira
E a brisa na sacola para quando tem escola
Não há mais solidão

Sou poeta de mão certa
Não há mais solidão

Bibarita 2019


capazes mas sem géneros iguais

“Não. Não é "igualdade de género".
Os géneros não são iguais! Eu não sou nem quero ser igual a um homem - eu, que gosto tanto de ser mulher. E não, nós não somos inferiores, nem superiores. Somos o outro género. O outro lado da moeda. O outro sócio da empresa. A outra peça da engrenagem. O outro pilar onde assenta a Humanidade. E na nossa igual e imensa importância, somos diferentes. E é nas diferenças - nas particularidades que nos distinguem deles - que reside a magia do ser-humano. E é na equidade de importância que exigimos os mesmos direitos, o mesmo respeito e iguais oportunidades, para ambos.

Agora, não, não contrario a minha feminilidade. Não vejo nela uma fraqueza. Não estarei, com certeza, a boicotar o futuro e a força da minha filha ao colocar-lhe laços cor-de-rosa no cabelo, ao inscrevê-la no ballet em vez de no futebol, ou ao vibrarmos juntas com filmes de princesas da Disney, se é o que ela quer e lhe dá prazer. Até porque aliado a tudo isso, ainda adora andar de skate e vestir-se de Darth Vader! E vou continuar a rejubilar de orgulho quando o meu filho me voltar a contar que fez frente ao rufia da escola para defender as meninas da turma, e ensiná-lo-ei que é isso que faz um verdadeiro cavalheiro - mesmo que já tenha visto por aí o conceito reduzido a janotas emproados com egos demasiado inflamados para dar licença a uma senhora. Sim, porque eu continuarei a apreciar um homem que me abra a porta do carro, me empreste o casaco quando estiver a tremer de frio, ou me “salve” numa situação em que esteja a precisar de ajuda, mesmo que eu não precise de nenhum para mudar lâmpadas, montar móveis suecos, ou ser, agir e pensar. Porque aceitar e apreciar o cavalheirismo não me diminui nem me retira o direito de lutar pelos meus direitos. Não faz de mim uma tonta vulnerável sem discernimento ou espírito crítico. Faz de mim, sim, uma apreciadora daquilo que podem ser maravilhosas singularidades de género que, em nome não sei bem do quê, cada vez mais se tentam diluir e eliminar das relações humanas.
Deixem-se de tretas quando dizem que nada disso deveria existir numa sociedade evoluída e igualitária, porque essas diferenças são parte da nossa identidade, da nossa essência, e da nossa história, e no dia em que estiverem definitivamente extintas, passamos a ser meros animais funcionais, sem resquícios de civilidade e das deliciosas dissonâncias que nos unem. Acreditem que são elas que dão tempero à vida.

Agora, "feministas radicais", podem vir com as foices e com os archotes.
Mas eu vou estar ocupada a ler os meus velhos livros da "Anita" à minha filha. E se um dia for ela a salvar o irmão, eu vou ficar igual e imensamente orgulhosa.”

Marta Aguadeiro

A: “minhoca comboio“


Chama-se “minhoca comboio” nasceu em 2018 da criatividade da Ritinha, quando pintavamos e cortavamos sem regras nem pressas. Quando me mostrou este desenho eu vi um caminho de cores, seriam umas escadas pensei ou retangulos felizes. “Não Mamã é uma minhoca que leva um comboio com todas as cores para cada pessoa entrar na que mais gosta.” Este desenho está pendurado na companhia de muitos outros nas paredes da nossa casa. Para mim este é especial: todos os dias, vejo a minhoca a levar cores e a acreditar que a minha filha vê a sua vida assim, como um comboio que faz o seu caminho sempre em trilho colorido! 
É um desabafo, uma partilha, a nostalgia de mãos dadas com a benção de ser mãe❤️

“A chuva era Maria”

A chuva me irritava. Até que um dia
descobri que Maria é que chovia.
A chuva era Maria. E cada pingo
de Maria ensopava o meu domingo.

E meus ossos molhando, me deixava
como terra que a chuva lavra e lava.
Eu era todo barro, sem verdura…
Maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto,
pensamento, desejo, sono, e o resto.
Era chuva fininha e chuva grossa,
matinal e noturna, ativa…Nossa!

Não me chovas, Maria, mais que o justo
chuvisco de um momento, apenas susto.
Não me inundes de teu líquido plasma,
não sejas tão aquático fantasma!

Eu lhe dizia em vão – pois que Maria
quanto mais eu rogava, mais chovia.
E chuveirando atroz em meu caminho,
o deixava banhado em triste vinho,

que não aquece, pois água de chuva
mosto é de cinza, não de boa uva.
Chuvadeira Maria, chuvadonha,
chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!

Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo,
Poças dágua gelada ia tecendo.
E hoveu tanto Maria em minha casa
que a correnteza forte criou asa

e um rio se formou, ou mar, não sei,
sei apenas que nele me afundei.
E quanto mais as ondas me levavam,
as fontes de Maria mais chuvavam,

de sorte que com pouco, e sem recurso,
as coisas se lançaram no seu curso,
e eis o mundo molhado e sovertido
sob aquele sinistro e atro chuvido.

Os seres mais estranhos se juntando
na mesma aquosa pasta iam clamando
contra essa chuva estúpida e mortal
catarata (jamais houve outra igual).

Anti-petendam cânticos se ouviram.
Que nada! As cordas dágua mais deliram,
e Maria, torneira desatada,
mais se dilata em sua chuvarada.

Os navios soçobram. Continentes
já submergem com todos os viventes,
e Maria chovendo. Eis que a essa altura,
delida e fluida a humana enfibratura,

e a terra não sofrendo tal chuvência,
comoveu-se a Divina Providência,
e Deus, piedoso e enérgico, bradou:
Não chove mais, Maria! – e ela par

https://youtu.be/fPPKb8oShqc
Caso Pluvioso Carlos Drummond de Andrade