Estou aqui numa casinha, num sítio longe da minha casa mesmo. Da minha cama, pela janela, só vejo duas paredes: uma posta de uma determinada maneira e outra posta de outra maneira. São feias, estão sujas e nelas bate sombra. E pronto. Tudo o que é muito bonito, ou quase bonito, parece obrigar a fazer alguma coisa, nem que seja andar por aí a dar valor, ou a aproveitar. Mas assim posso perdoar-me, descansar, por finalmente viver apenas do que há dentro de mim.
Essa coisa horrorosa do 'aproveitar a vida' no sentido em que se diz. Como se a vida fosse não sei quê e fosse esse não sei quê que devêssemos aproveitar.
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