Apetece-me escrever, descrever, detalhar e libertar-me. Não me apetece falar, o som das palavras ditas magoa-me.
Sei tão pouco de mim, do mundo e de mim no mundo. Sei que me falta e eu cuido-me com o que tenho, lambendo as feridas como um gato, escrevendo-as.
O que aos outros cabe no meu caminho não interessa, porque a actuação de cada um é livre. E eu respeito. Não vou pedir satisfações, chamar a atenção, mendigar... isso faço com as minhas crias porque me compete prepara-las para o futuro, que será duro e só a sua força interna o poderá amaciar.
Ainda bem que crescemos, que o tempo não pára, que vemos de cima do nosso alto. Ainda bem que nos desiludem para vermos quem nos merece. Ainda bem que nos mentem para apostarmos nos autênticos.
Tive a sorte dentro do azar de não encontrar (ainda) para poder experienciar. Ver que o caminho se é difícil tem um significado e não é que seja o errado é o que estava destinado. Cabe-me a mim escrever as minhas feridas e cuidar-me mesmo sabendo estando no precipício.
Cabe-me só a mim.
Foi isso que a vida me ensinou até hoje.
Que até hoje cabe-me só a mim, sem esperar, sem pressa, sem forçar, sem pedir...
Cabe-me só a mim acreditar que um dia vem e tudo ficará completo.
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